25.11.07

AS PALAVRAS DOS OUTROS

O FIM DE UM MUSEU
Alexandre Pomar

..."No Chiado, o museu definido pelo organismo da tutela foi desvirtuado no seu progama por um director deixado em roda livre, esvaziando-se as galerias para promoções variadas e aplicando-se critérios de montagem próprios de um design novo-rico, depois de fazer desaparecer a compartimentação do espaço que um arquitecto especialista francês julgara conveneniente para obviar à escassez de superfícies (sabemos mais disso cá na província). Para impor certos presentes é preciso maltratar a história, apagar o passado. Uma ou outra atracção que por lá passa (a caminho da colecção Rendeiro?) não trava o crescer da insignificância e a ignorância crescente que se lhe segue. Percebe-se que a degradação da ideia de museu agrade às chamadas autoridades, que assim se desobrigam do compromisso que um dia assumiram de lhe ampliar as instalações. Mas para que raio haveria de crescer o museu do Chiado, se assim se prova que aquilo não interessa a ninguém? Para ser mais do mesmo já basta assim. Aqui ao lado, com o Prado, o Reina Sofia, o Thyssen, passa-se o exactamente o contrário, mas Madrid é uma capital; nas províncias espanhola é possível passar-se o mesmo que em Lisboa."...
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